sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Alvorada!

Quando o Diogo acorda a meio da noite com fome, chora, e eu lá me levanto e preparo o biberão.
Isto costuma acontecer duas vezes por noite.
Esta noite, da primeira vez, não chorou propriamente: deu-me só assim um toque ligeiro! Tipo alarme do telemóvel! E eu lá fui.
Da segunda vez (já entrava a luz do dia pelo meu quarto adentro), sentou-se, palrou qualquer coisa, levantou o braço e abriu a mão.
Abri os olhos e lá estava ele a acenar-me, pensava eu, sabendo perfeitamente que nem sequer é assim que ele faz adeus! Mas, também, àquela hora da manhã, não se me podia exigir muito!
E digo eu: "Bom dia, bebé!"
Como ele continuava com a mão aberta, dei-lhe um "dá cá mais 5"! (Sim.. eu sei.. eu também abano a cabeça como quem diz: "Será possível?!")
Foi só depois do olhar de reprovação da criança que me dignei olhar sobre o meu ombro e ver o outro biberão que jazia vazio na estante atrás de mim!
Ou seja, o meu sobrinho estava a apontar!

O que é que eu daqui retiro?
Para além de que consigo ter o cérebro mais parado do que penso ser o limite (!!), também me ocorre que esta forma de comunicar se perpetua durante a vida.
Por outras palavras, pergunto-me se, quando choramos, não estaremos apenas a não saber como dizer o que nos dói ou faz falta, mas que, ainda assim, esperamos que alguém decifre o código e nos aconchegue de alguma maneira.. Alguém um bocadinho mais atento..

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