segunda-feira, 31 de março de 2008
Por que é que..?
Porque sim.
Porque não.
Porque quero.
Porque não quero.
Porque sei o que quero.
Porque não sei se quero.
Porque não sei o que quero.
Porque queres.
Porque não queres.
Porque não sabes se queres.
Porque não sabes o que queres.
Porque penso.
Porque estou.
Porque sinto.
Porque falas.
Porque é.
Porque não é.
Porquê?
Porque não.
Porque quero.
Porque não quero.
Porque sei o que quero.
Porque não sei se quero.
Porque não sei o que quero.
Porque queres.
Porque não queres.
Porque não sabes se queres.
Porque não sabes o que queres.
Porque penso.
Porque estou.
Porque sinto.
Porque falas.
Porque é.
Porque não é.
Porquê?
Vem
O Jogo
Mais um dia em vão no jogo em que ninguém ganhou
Dá mais cartas, baixa a luz e vem esquecer o amor
És tu quem quer
Sou eu quem não quer ver que o tudo é tão maior
Aqui está frio demais para apostar em mim.
Vê que a noite pode ser tão pouco como nós
Neste quarto o tempo é medo e o medo faz-nos sós
És tu quem quer
Mas eu só sei ver que o tempo já passou e eu fugi
Que aqui está frio demais para me sentir... mas queres ficar?
Queres levar
Tudo o que é meu
É tudo o que eu
Não sei largar
Vem rasgar o escuro desta chuva que sujou!
Vem que a água vai lavar o que me dói!
Vem que nem o último a cair vai perder.
Tiago Bettencourt
Mais um dia em vão no jogo em que ninguém ganhou
Dá mais cartas, baixa a luz e vem esquecer o amor
És tu quem quer
Sou eu quem não quer ver que o tudo é tão maior
Aqui está frio demais para apostar em mim.
Vê que a noite pode ser tão pouco como nós
Neste quarto o tempo é medo e o medo faz-nos sós
És tu quem quer
Mas eu só sei ver que o tempo já passou e eu fugi
Que aqui está frio demais para me sentir... mas queres ficar?
Queres levar
Tudo o que é meu
É tudo o que eu
Não sei largar
Vem rasgar o escuro desta chuva que sujou!
Vem que a água vai lavar o que me dói!
Vem que nem o último a cair vai perder.
Tiago Bettencourt
domingo, 30 de março de 2008
Que perfeito coração no meu peito bateria
(...) Meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração.
sexta-feira, 28 de março de 2008
segunda-feira, 24 de março de 2008
Eterno descanso
O último poema escrito por Almeida Garrett encontrado no espólio existente na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e dado a público em 1999.
Eu disse a Deus: – Que importa,
Senhor, à tua glória
que sobre mim se feche a eterna porta
do túmulo, e não tique mais memória
deste verme de um dia na terra que o sumia?
Não foi teu braço forte
que do seio do nada
tirou a vida, e mandou logo a morte
para trazer eterno equilibrado
entre o ser e o não ser
nossa força e poder?
Escrito nas estrelas,
clamado pelos ventos,
bradado pelos mares nas procelas
no céu, na terra, em imortais acentos
Por toda parte está
o nome de Jeová.
Na imensa natureza
a voz do homem é nada.
3 de Agosto de 1853
Apeteceu-me
O DO NOT LOVE TOO LONG
SWEETHEART, do not love too long:
I loved long and long,
And grew to be out of fashion
Like an old song.
All through the years of our youth
Neither could have known
Their own thought from the other's,
We were so much at one.
But O, in a minute she changed--
O do not love too long,
Or you will grow out of fashion
Like an old song.
William Butler Yeats (1865-1939)
SWEETHEART, do not love too long:
I loved long and long,
And grew to be out of fashion
Like an old song.
All through the years of our youth
Neither could have known
Their own thought from the other's,
We were so much at one.
But O, in a minute she changed--
O do not love too long,
Or you will grow out of fashion
Like an old song.
William Butler Yeats (1865-1939)
23.Março.2008
Cansas-me.
Cansa-me pensar em ti porque não és tudo o que me és e és-me pouco.
Cansas-me porque perco tempo quanto te penso e penso que não quero pensar em ti.
Cansa-me esperar que o tempo passe porque, entretanto, cansa-me esta pressão no peito de não te querer na minha vida.
E cansa-me este cansaço constante que não é mais que falta de descanso.
Hossana
No princípio era o fim. Escuro, insipidamente áspero, tenebroso, frio.
Até que, na noite desprotegida, o Suspiro de Amor se fez Carne e, pelo Sangue e Água derramados, percebemos que o fim não existe para a Vida.
terça-feira, 18 de março de 2008
Sinónimos
Desordem é falta de ordem e falta de vontade de ordenar.
Tenho o quarto num desalinho. Desalinho e desordem não são a mesma coisa!
Tenho o quarto num desalinho. Desalinho e desordem não são a mesma coisa!
Era uma vez...
...como outras vezes já vividas. Com a pequena diferença de que desta vez já não te tinha e nas outras ainda não te tinha. Depois eu respiro fundo e ouço o eco da minha confusão adormecida. As primeiras palavras que expiro são nuvens de algodão doce que caem em ti com aquele som opaco e quente de uma gota de bálsamo que não se fragmenta. Conseguimos manter nos lábios o sorriso de todo o corpo até começares com aqueles jogos disparatados e perfeitamente desnecessários de ver se na vertigem entre pele e a alma há esperança ou há uma cicatriz. Como não consegues ver, em vez de tentares o mais fácil, vais pelo pior caminho: começas a magoar para ver "quanto" ainda gosto. Não percebo por que continuas a fazê-lo. Então, aí, começo a destilar o veneno que me dás a beber e na minha voz sente-se um sabor amargo de desilusão contida. Respiro fundo outra vez. Breves instantes de um silêncio ensurdecedor e despedimo-nos para nos vermos mais tarde. Corro para acompanhar o coração. Quero pensar que é ele que acompanha o meu passo. Ainda desces as escadas e já desapareci de mim. Perdi-me. Fui ali e não voltei. Troquei de cenário. Mudei de canal. É outro filme. Vejo-te tão bem que não te olho. Não quero fingir que não sei, nem quero que finjas que não sabes que vejo. Não me acorda o teu cheiro. Não me deixas chegar. Convidas e ris com medo. Recuas. Também com medo arranjas um motivo para me tocar na roupa, no ombro, no braço, no cabelo. Nunca na pele. É de ti que tens medo. Vou-me embora. Saí do cinema. Liguei a música. Mas, antes, pensei: era uma vez em que tudo estava igual. No princípio ainda não te tinha e agora ainda não te tenho outra vez.
sexta-feira, 14 de março de 2008
i-ó
O pior é que eu insisto em querer tirar a pala dos olhos dos burros para eles verem que há mais paisagem!
Ninguém me disse, mas eu conto!
Às vezes, por nada perde-se tudo.
E em pouco tempo pode perder-se a vida.
Não é assim tão óbvio.
E em pouco tempo pode perder-se a vida.
Não é assim tão óbvio.
asap fyi
O que há em mim é sobretudo cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
quarta-feira, 12 de março de 2008
quinta-feira, 6 de março de 2008
100%
"Ocorreu-me" que não é propriamente pelo número de negativas que se vê quão bom é um professor. Numa das piores turmas não houve negativas. Não é isso que me alegra. Alegra-me ter percebido que, de facto, estudaram. A resposta ao "porquê?" é que explica o sucesso.
Morrer
..e percebi que ser livre e ter saudades estão intimamente ligados. Não chegamos a possuir inteiramente alguma coisa, muito menos alguém. Nada nos prende porque nada temos. E, ainda assim, é precisamente aquilo que tem mais vida e mais vida nos deu que menos foi nosso. E é disso que temos saudades.
Quis ver-me.
Sentada no canto observava os movimentos. Conseguiria analisar os pensamentos? Mas os olhos não estavam ao mesmo nível. Levantei-me. Pensei: "Acompanho o andar ou encosto-me e sigo com o olhar?" Aproveitei o momento em frente ao pc sem qualquer gesto para olhar de frente. Não levantava os olhos. Parei. De olhar. Olhei para dentro. E pensei: "O que quero ver?" Não estava a ver bem. Estou no lado errado. Quando a porta se abrir, entro. Para já, são dois pares de olhos de diferentes perspectivas.
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