A culpa desta dor de dentes é tua. Mordo-me, ranjo, mastigo, vocifero sem barulho.
É tua que não me deixas por me amares e eu, por isso, não te deixar.
E tua por não me amares e me quereres como um veneno que dá vida com a mesma intensidade com que mata.
E tua ainda que me olhas e finges que não me vês e negas o que sentes e crias o que não sentes e me magoas por estares dentro da minha boca cada vez que digo o teu nome e me sabe a sangue porque outra vez me mordi, os dentes rangeram, mastiguei e vociferei sem se ouvir.
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