terça-feira, 13 de abril de 2010

O homem não tem nem nunca terá felicidade se não procurar acima dele.

Não há sonhos grandes demais.

A felicidade está onde quer que os homens a descubram; só o mal é cego e surdo.

É preciso, por vezes, ter coragem de parecer injusto.

O homem é livre na vida como o peixe no rio: entre a nascente o mar.

Se alguém pudesse descer ao fundo do seu coração, quanta pena teria de si mesmo...

A recompensa é ter alguém que nos espera.

Ainda que dês cem mil vezes a volta a toda a terra, se nada te comove, nada te entusiasma, nada te encanta, não terás aprendido nada.

Uma civilização sem amor é um cemitério.

O teu crime é teres vivido sem teres merecido viver.

Para que serve a ciência, se ela não serve o homem?

Maldita esta "anticivilização" que obriga o homem a engordar, a amontoar, a renunciar.

Dominar os instintos do homem: sim. Domesticá-los: não.

A ilusão é a esmola da Providência. O rancor é a má recordação do coração. O ódio é a pior das escravidões.

É preciso ser deveras indigente para se contentar consigo mesmo.

Cada um ambiciona a solidão de que é digno.

Como são fracos aqueles que julgam que a autoridade se mede em decibéis!

Não há grandes corações, a não ser aqueles que querem amar tudo.

Quão fortes são aqueles que sabem aceitar com dignidade que se faça pouco deles.

Exigir tudo, excepto de si mesmo, é colocar na montra o escândalo da sua própria fraqueza.

Ninguém, nunca, é totalmente adulto.

Se eu não fosse como os outros, como poderia ajudá-los?

O homem é quase sempre melhor do que aquilo que é.

A recompensa está em poder olhar-se ao espelho sem ter vontade de fugir.

A autoridade é um serviço.

Nem sempre é realizar a felicidade de um ser amado e torná-lo feliz.

Quando lhes demos tudo, pensam que nós lhes devemos tudo.

A felicidade não se compra. Mas muitas vezes paga-se.

Quem transpira ódio não pode pretender senão desprezo.

No domínio dos homens há bem poucas coisas que a vontade não possa conquistar.

Porque constatamos, julgamos saber.

Nunca te resignes a seres apenas aquilo que és.

Julgo ser muito perigoso que um homem nunca tenha tido de obedecer a alguém em qualquer circunstância da sua vida.

O limite da liberdade é o direito dos outros.

Pode-se obedecer cegamente. Não se deve obedecer de olhos fechados.

Há coisas que podemos desejar para nós, mas que não devemos desejar para os outros.

O importante não é aquilo que se é, mas aquilo que se oferece.

A felicidade que se tem é o bem que se faz.

Se falta alguma coisa à tua vida, é porque não olhaste suficientemente para o alto.

Limitar-se a dizer a verdade, significará ter sempre razão?

Não basta falar alto para se estar na verdade.

Viver é ajudar a viver.

Virá um dia em que não poderás recusar a morrer. Por que recusas hoje a ti mesmo o tempo de viver?

É preciso escolher: saber morrer ou não viver.

Aqueles que mais temem a morte são os que nunca viveram.

Cada ser é um acontecimento único.

Viver... É também preciso saber porquê.

A vida é a sala de espera de um comboio que nunca se sabe quando parte. Mas os crentes sabem para onde vai.

Há os que tomam a vida a rir. E os que a tomam tragicamente. Muito poucos a tomam a sério.

Alguns não vivem só porque desde sempre estão acostumados a viver.

Viver entre o ontem e o amanhã é não estar vivo.

A vida é mais forte que os vivos.

Porque todas as manhãs é preciso reconstruir-se a si mesmo e ao mundo.

O tempo é muitas vezes a mais elegante das vigarices.

Se soubéssemos quanta resignação se pode esconder na aparente indulgência dos velhos...

Como é longo, por vezes, ser velho!...

O último problema é o de sair da vida com honra. Chegada a hora, terminada a luta, chega-se à velhice sem se ter aceitado envelhecer.

A serenidade diante da morte é a antecâmara do Paraíso.

A vida. Depois a morte. Depois a Vida.

1 comentário:

pico pico manjerico disse...

o texto é assim uma espécie de manta. Meter debaixo da almofada, para ir lendo de vez a vez...