sexta-feira, 2 de maio de 2008

Porta da Ravessa

Ontem foi uma noite daquelas invejáveis de tão verdadeira. Pura. Real. Concreta. Sem eufemismos, fantasias, efabulações, cenários idílicos ou poéticos. Foi o que estava a ser. Crua, transparente.
Só se consegue estar assim com alguém quando há uma comunhão e identificação (não como sinónimo de "serem iguais") tal das almas que uma é continuação da outra, sem que nenhuma das duas perca a sua essência. Alguém com quem igualmente se está uma noite inteira a falar ou, então, uma noite inteira em silêncio e em ambas as situações se está em harmonia.
Ontem saboreei mais uma vez um pedacinho de Céu. Faz-me pensar que o Amor não passa, simplesmente. O Amor abala, abana, mexe. Se é grandioso Amar o nosso sangue, mais sublime (e misterioso) é Amar aqueles que nos são "nada". Pessoas assim mostram-me o Amor concreto, ensinam-me que ser Amor é procurar sempre ser melhor e dar, dar sempre.
E esta forma de ser e estar não faz com que se seja e diga tudo, nem que se saiba tudo. Cumplicidade e sintonia..
Opto por pessoas assim. Que me elevam a alma.
Um aluno perguntava-me o que quer dizer "homenagem". Pequena homenagem tenta ser este post. Homenagem será se eu contribuir para que se repitam momentos como o de ontem. Mas a verdadeira homenagem será a minha vida, se, com ela, merecer esta presença e, por isso, ser veículo dessa Realidade Maior.

2 comentários:

C disse...

arrepiei-me...

Nice disse...

Bandida!